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Alta da Selic e empréstimos, como se relacionam?

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Para os investidores de crédito privado, aqueles que investem em empresas emprestando dinheiro para elas, existem duas componentes principais na precificação da taxa desse investimento.

A primeira é a taxa livre de risco.

Já a segunda é conhecida como spread de crédito.

Mas o que esses termos significam e como eles impactam as empresas? Apesar dos nomes serem intuitivos, a pergunta é bastante válida.

A primeira, como o nome já antecipa, seria a taxa de retorno de um investimento em que o risco fosse nulo (no mundo real, próximo de zero). Existem alguns métodos para chegar na taxa livre de risco e o resultado pode variar dependendo da metodologia adotada. Para alguns investidores, a taxa livre de risco é a rentabilidade dos títulos do tesouro americano (os famosos Treasuries) somada à taxa de risco do país (no nosso caso, o Brasil). Porém, esse método acaba levantando algumas outras perguntas, incluindo: “qual é a taxa de risco do Brasil?”.

Visando simplificar essa análise, grande parte dos investidores brasileiros pula a etapa de utilizar as Treasuries e considera diretamente as taxas dos títulos públicos emitidos aqui no Brasil. Uma componente que afeta a taxa dos principais títulos públicos brasileiros é a Selic, tanto que uma das taxas livres de risco mais utilizadas no país é o CDI.

Já o spread de crédito pode ser definido como o retorno adicional que o investidor espera receber ao alocar seu capital em uma empresa ao invés de comprar títulos do governo. Tirando poucas possíveis exceções, o risco de uma empresa é maior que o risco do governo, logo faz sentido o investidor exigir um retorno adicional nessa situação. O spread de crédito é obtido principalmente através da comparação entre as empresas, logo empresas parecidas possuem spread de crédito parecido.

E como cada uma dessas componentes se comportam em períodos de alta na Selic?

Como dito anteriormente, para a maioria dos investidores, a Selic faz parte da primeira componente. Dessa forma, uma série de altas na Selic faz com que o valor da taxa livre de risco suba, aumentando o peso desta componente. Dadas as proporções, nessas situações, o spread de crédito passa a ser menos relevante para o investidor. Como os títulos do governo estão pagando bem, o retorno adicional que o investidor recebe ao alocar seu dinheiro em uma empresa fica relativamente menor, exigindo que ele suba a taxa para que faça sentido investir na economia real em vez de correr para títulos públicos.

Exemplo de investimento em uma mesma empresa, em cenários de juros diferentes:

 

Cenário 1JurosCenário 2Juros
CDI2%CDI10%
Taxa da dívidaCDI + 2%Taxa da dívidaCDI + 4%
Retorno total4%Retorno total14%
Peso da taxa livre de riscos50%Peso da taxa livre de riscos71%
Peso do spread de crédito50%Peso do spread de crédito29%

 

As taxas mais altas aumentam o risco de crédito das companhias, devido a maior dificuldade em manter suas dívidas em dia. Porém, mesmo que o spread de crédito dessa empresa tenha dobrado no segundo cenário, indo de 2% para 4%, o seu peso relativo ao retorno total caiu de 50% para 29%.

Nessas situações, os investidores perdem o apetite por riscos mais arrojados, preferindo aumentar suas posições em títulos do governo e/ou em empresas sólidas com spread de crédito menor.

Assim, além de juros mais altos, as empresas da economia real também são afetadas por uma maior restrição de crédito.

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