“Tenho uma empresa pra vender, mas só envio os documentos depois de uma carta de intenção assinada”.
Observem o desastre que é a falta de preparo para conduzir transações complexas.
Quem acredita que algum investidor sério vai formalizar um M&A, ainda que de forma preliminar, sem avaliar uma quantidade suficiente (e grande) de documentos, não conhece o mínimo desse mundo e, portanto, não está apto para vender sua empresa. Em outras palavras: se você vir algum profissional usando essa frase por aí, FUJA.
Essa abordagem, além de desqualificada, é inútil. Existem dois tipos de cartas de intenção: as vinculantes, que geram obrigações entre as partes, e as não vinculantes, que podem ser desfeitas sem prejuízo.
A primeira nenhum investidor vai oferecer sem uma análise profunda dos documentos, e a segunda, mesmo que fosse possível obter, não teria valor efetivo.
“Mas Bruno, esse cara não está cobrando nada pra oferecer minha empresa no mercado. Que mal tem?”.
Bom, isso depende do que você define como custo. Se prejuízo de imagem, fofoca entre concorrentes, perda de tempo e fechamento de portas no mercado financeiro não forem custos pra você, ok.
Por fim, só um detalhe: isso, de maneira nenhuma, significa que você deva, num processo de M&A, abrir 100% das suas informações antes de uma carta de intenções. As boas práticas sugerem quais documentos estão aptos para serem oferecidos em cada etapa do processo de negociação, para maximizar os interesses do vendedor.