Tendências de M&A em 2021: Quais segmentos devem receber investimentos

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O Brasil deve igualar ou superar as 1.150 transações de M&A registradas em 2019, na comparação com a média de 750 a 800 negócios nos anos anteriores, segundo matéria publicada pelo jornal Valor Econômico. 

No primeiro semestre do ano passado, muitas transações foram postergadas ou canceladas, diante das incertezas econômicas decorrentes do COVID-19. Os fundos de Private Equity e Venture Capital voltaram suas atenções predominantemente para ‘dentro de casa’, ajudando as empresas de seus portfólios a lidar com as situações adversas que se materializaram. Das transações  ocorridas, muitas tiveram seus múltiplos de valuation reajustados.

O segundo semestre foi de forte movimentação. Impulsionado por uma perspectiva mais clara para a vacina para o Coronavírus e sobretudo já com os impactos do vírus quantificado no resultado das empresas. Dólar em alta e taxa de juros nos menores patamares históricos, favoreceram o ambiente para compradores.

Apesar de um ano extremamente desafiador para as empresas, o balanço geral de 2020 foi positivo para fusões e aquisições. Uma pesquisa sobre o mercado de M&A feita no final deste ano pela Baker-tilly mostrou que 48% dos entrevistados garantiram que nos próximos 12 meses os investidores tipo Private Equity são os que mais investirão.  

Por isso, posso afirmar que esse movimento de merge & acquisitions será importante na recuperação da economia brasileira no período pós pandemia que começa a se abrir no primeiro semestre de 2021. 

Algumas empresas vêm usando essa estratégia de equity finance para fortalecer o caixa numa medida de precaução para que suas operações continuem rodando e  sobrevivam à crise. Já outras empresas, mais capitalizadas, estão aproveitando para adquirir ou se fundir com outras companhias que estão com um valuation mais vantajoso, na tentativa de crescer e/ou “abocanhar” outras fatias complementares ao seu core business original.   

Transformação Social e Digital = Low Touch Economy

Antes de chegar às tendências de M&A em 2021, acho importante falar brevemente sobre um fator muito importante que tem sido um influenciador nas mudanças  ocorridas na economia mundial. E consequentemente tem sido um divisor de águas no curso de decisões empresariais. 

Estou me referindo aqui à Low Touch Economy. Você já ouviu falar? Essa expressão vem do inglês que, numa tradução literal, quer dizer menos contato (físico). É como as pessoas interagem ao encontrar outras pessoas, fazem compras, contratam serviços e etc.

Os e-commerces e deliveries já vinham fazendo essa transição aos poucos e em passos lentos, se considerarmos que a maioria dos consumidores ainda queriam ir às lojas e comprar, pegar (touch = contato físico) e provar os produtos/serviços. 

Contudo a pandemia acabou acelerando essa transformação digital e social, exigindo das empresas que essa mudança fosse colocada rapidamente em prática, pois as pessoas não tinham escolha senão a comprar à distância suas necessidades de serviços e produtos mais essenciais e receber em suas casas. 

Essa metamorfose  social trouxe consequências para o cenário de M&A, o que acaba impactando nas tendências que trago a seguir. 

As tendências de M&A para 2021

As perspectivas para 2021 são positivas e muitos falam no melhor ano de todos os tempos para o mercado de compra e venda de empresas. Algumas tendências setoriais devem se manter em 2021 e outras emergentes surgirão.Os setores que mais se destacaram no ano passado foram TI, saúde, educação e serviços empresariais. E em 2021? 

Vou apontar aqui os 5 segmentos que acredito que devemos “ficar de olho” onde os movimentos de consolidação devem acelerar:

Setor de Tecnologia: 

Responsável por mais da metade das transações de M&A no Brasil – com certeza seguirá em alta. Novos fundos de Venture Capital sendo formados, Private Equity tradicionais estudando o mercado há anos planejam montar verticais proprietárias para investimentos no setor. 

O M&A em Tecnologia vem ganhando popularidade também como estratégia de crescimento de grandes empresas, seja com iniciativas de Corporate Venture para fomentar a inovação ou com aquisições de empresas com objetivo de melhorar processos internos ou agregar novas soluções ao mix de produtos. 

Top Picks: FinTechs, HealthTechs, Empresas com modelo SaaS (software as a service) e mais de R$ 1 Milhão de Receita Recorrente Mensal.

Setor de Saúde:

Em 2021 o setor de saúde deve ter mais um ano aquecido com a entrada de recursos no caixa via follow-ons e novos IPO’s.

Conforme indicado pelos especialistas em relações com investidores das principais empresas, aproximadamente R$ 15 bilhões devem ser direcionados para projetos de aquisições estratégicas.

Top Picks: Operadoras de Saúde, Hospitais Gerais, Hospitais Especializados (oftalmológicos, coração, oncológicos, etc.), Laboratórios de Diagnóstico por Imagem e por Análises Clínicas, Laboratórios Farmacêuticos, Redes de Centros Clínicos. 

Setor de Educação:

Após a onda de consolidação do ensino superior liderada por Cogna, Yduqs e Anima nos últimos anos, 2021 promete ser o ano das fusões e aquisições no Ensino Básico.

O setor ainda é bastante fragmentado com pequenas escolas de atuação municipal e a tendência é que grandes players do setor liderem o movimento de consolidação em busca de crescimento rápido, profissionalização e sinergia.

Top Picks: Colégios com turmas do 1º ano do fundamental até 3º ano do ensino médio, com mais de 1.000 de alunos matriculados e mensalidades superiores a R$ 1.000,00.

Setor de Telecomunicações:

A onda de consolidação dos provedores de internet regionais deve ganhar ainda mais tração em 2021.

Com a entrada de fundos de Private Equity no setor, novas rodadas de captação e principais empresas do middle market já adquiridas, a tendência é que os investimentos sejam direcionados para provedores menores, localizados em cidades estratégicas.

Top Picks: Provedores com mais de 10.000 assinantes em fibra óptica, baixo nível de informalidade, licenças para uso de postes regularizados. 

Setor de Logística:

O setor passou por forte movimentação de fusões e aquisições em 2019/20 e a tendência é que continue em 2021. Com novos hábitos de consumo – como o low touch economy, crescimento de e-commerce e popularização de aplicativos de entrega, a logística de grandes empresas está sendo transformada e digitalizada.

Top Picks: Logtechs especializadas em transporte de última milha e transportadoras de nicho.

Conclusão

A pandemia veio para mudar o mundo completamente, inclusive o mundo dos negócios. 

As restrições de interações sociais exigiram uma transformação digital urgente das empresas, principalmente as mais tradicionais, para atender a necessidade de compras à distância que explodiu quase de um dia para outro, fazendo o Low Touch Economy ser a solução iminente.  

Então fique de olho nestes 5 setores que são tendências de M&A em 2021 e faça bons negócios.

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