O momento de começar a procurar por investimento para startups pode trazer muitas incertezas para o empresário. Por isso, é necessário refletir.
O fundraising pode turbinar o crescimento da sua empresa, mas a verdade é que, quando chega a hora, é muito comum ficar em dúvida sobre quando iniciar o processo. Isso porque essa é uma escolha sobre a qual você deve pensar com cuidado. Afinal, é sobre o futuro da sua startup que estamos falando!
Quando você recebe dinheiro de investidores, você está, basicamente, dando a eles um pedaço da sua empresa. Como resultado, você dilui um pouco do seu patrimônio pessoal e também abre a porta para comentários e opiniões externas sobre a sua empresa.
Os investidores não são apenas patrocinadores para o seu negócio — eles são tomadores de decisão com influência sobre coisas como quais mercados você entra, quem você contrata e como você lida com o desenvolvimento de novos produtos.
É por isso que é crucial abordar o processo de fundraising com clareza e uma boa estratégia em mente. Nesse artigo, examinaremos alguns dos vários fatores a serem considerados no processo de captação de investimentos para startups. Vamos lá?
Quando você deve considerar um fundraising?
A trajetória de cada empresa é diferente, o que significa que não existe uma hora certa para começar o fundraising para a sua startup.
A convenção é que a posição mais confortável para dar início a captação de investimentos para startups é quando você já validou que há um problema que precisa ser resolvido e comprovou que existe demanda para a solução que você oferece. Pode parecer simples, mas conseguir esse tipo de informação normalmente envolve uma profunda pesquisa de mercado, produção de protótipos bem idealizados e muita experimentação.
Em nossa live “O boom das fintechs no mercado de capitais”, nós falamos um pouco sobre o momento individual de cada startup para o início de suas rodadas de captação de recursos. Com a presença de figuras ilustres como Marc Lahoud, fundador e CEO da QueroQuitar, João Bezerra, Investidor de Fintechs e D&I Influencer e Orlando Purim Junior, fundador e CEO da ATAR B2B — além, é claro, de nosso próprio CEO, João Vitor Carminatti, você pode querer dar uma olhadinha no que esses especialistas têm a dizer sobre o assunto!
Razões para esperar
Vamos começar pelas razões para esperar para começar o seu fundraising.
Tudo é uma questão de momento e, uma hora ou outra, chegará a sua vez de captar recursos para a sua startup. Mas, se você se identificar com alguma das situações a seguir, talvez seja ideal esperar um pouco:
- Você precisa gerar mais interesse de seus clientes: o tipo de produto que você produz — e as pessoas para as quais você produz — podem ditar o interesse dos investidores em você.
Alguns investidores, por exemplo, não querem investir em um produto voltado para o consumidor, a menos que já haja uma longa lista de espera de clientes interessados, enquanto isso acaba sendo menos importante para investidores que injetam capital em empresas focadas no público corporativo ou B2B.
- Você tem recursos o suficiente para se manter no bootstrap: pense nos recursos à sua disposição, incluindo dinheiro, as pessoas e as ferramentas às quais você tem acesso. Se você já tiver capital suficiente em sua conta para continuar a expandir a sua empresa por conta própria (o famoso bootstrapping), você pode adiar o seu fundraising.
- Você não tem tempo para fazer o seu pitch: Fazer um pitch é uma arte e, por isso, envolve muito trabalho. Praticar esse pitch, entrar em contato com os investidores certos, agendar reuniões e encaixar as muitas conversas em sua rotina demanda tempo. Se o seu foco ainda está na elaboração de seu protótipo, você pode querer adiar o seu fundraising.
Razões para começar
Agora, se você não encontrou nada que te impedisse na lista anterior, talvez você queira dar uma olhada nessa aqui. Afinal, mesmo sem ter razões para esperar, considerar o momento em que a sua empresa se encontra continua sendo importante:
- Os seus clientes já tem muito interesse em você: mesmo que você ainda esteja terminando de desenvolver o seu protótipo, procurar por investidores pode ser uma ótima ideia caso você já tenha muitas pessoas interessadas em seu produto.
- Você vai ficar sem dinheiro e recursos nos próximos seis meses: conseguir investimento para startups não é um processo que acontece da noite para o dia. Pode levar de três a seis meses de diversas apresentações de pitch e conversas com investidores até que você encontre um futuro sócio compatível com a sua empresa. O processo de M&A, por sua vez, pode durar entre 12 e 18 meses como um todo. Por isso, se a sua projeção é de que você vai ficar sem recursos, comece agora!
- Você precisa de ajuda: o fundraising não oferece apenas capital, mas também pode te fornecer o apoio de um investidor experiente. Se você está em um ponto no crescimento da sua empresa em que você sente que precisa da orientação de especialistas para ganhar um impulso maior no crescimento, um processo de captação de recursos pode ser uma maneira inteligente de conseguir isso.
Considerações finais
Se você acha que chegou a hora de começar o seu fundraising, é importante fazer algumas coisas antes de dar início ao processo.
Conversar com seus sócios, por exemplo, é um passo muito importante, já que eles são proprietários da sua empresa tanto quanto você. Pergunte a eles se vocês estão na mesma página em relação ao que vocês acreditam ser as necessidades da sua startup. Nunca deixe de alinhar seus objetivos!
Além disso, não tenha medo de pedir conselhos! Tenha com você um advogado de confiança, assim como contadores e quaisquer outras pessoas que você acredite que possam te fornecer insights interessantes sobre fundraising e a logística por trás desse processo.
Por último, tenha em mente que nem todos os investidores são iguais. Por isso, para aumentar as suas chances de conseguir o capital desejado, é importante focar prospectar investidores que tenham experiência e interesse no seu nicho.
Para garantir que você está preparado para a jornada que o aguarda, reserve um tempinho para dar uma lida em nosso artigo “A Jornada de Fundraising para empresas Tech no Brasil”. Nele, o nosso CEO, João Vitor Carminatti, compartilha suas experiências nas aventuras da busca por investimento para startups.