Quando decidir o momento certo de começar o fundraising para a sua empresa.
O momento certo de iniciar o fundraising é muito particular para cada empresa. Mas, independentemente de seu plano de negócios ou produto oferecido, a verdade é sempre a mesma: levantar capital é uma parte muito importante da vida de um founder e, para melhor ou pior, é um desafio considerável.
Apesar de nem todas as startups precisarem passar pelo processo de fundraising, já que algumas delas atingem sucesso pelo bootstrapping — ou seja, começando um negócio a partir de recursos limitados, sem apoio de investidores —, esses são casos raros.
A maioria das startups com a maior taxa de crescimento precisa de dinheiro para começar a movimentar os seus projetos, capitalizando a sua ideia e tornando-se uma empresa estabilizada mais rapidamente. Sem investidores, é muito provável que as startups mais ambiciosas falhem, por precisarem de muito capital para que possam acompanhar o mercado e a concorrência.
Simplificando: capital traz crescimento.
Mas agora chegamos ao seu dilema. Sua startup está indo bem, você tem um produto e alguns clientes, vê potencial de crescimento mas, ao mesmo tempo, sente que poderia estar fazendo mais. E aí bate aquela dúvida: será que chegou o seu momento? Quando é a hora de ir atrás de capital?
Abaixo, confira quando começar a sua rodada de fundraising de acordo com o momento da sua empresa!
Quando começar a rodada de Seed
A primeira rodada de investimentos pode ser a mais complicada. Afinal, é a primeira vez que você receberá investimento de terceiros em sua empresa e, por isso, você terá que convencer um investidor de que vale a pena investir em seu negócio.
O capital levantado no estágio de Seed tem, normalmente, o objetivo de garantir a estabilidade da startup. Mas quando é a hora certa de fazer isso?
Existem muitas discussões sobre esta questão. Normalmente, o momento certo para considerar o fundraising nesse estágio é quando as três condições a seguir são atendidas:
1. Você já tem um Produto Minimamente Viável (do inglês, Minimum Viable Product – MVP). É importante ressaltar que o seu MVP nem sempre tem que ser um protótipo funcional, mas deve demonstrar que você refinou sua ideia o suficiente para mostrar como ela resolve os problemas que propõe resolver.
2. Você tem clientes. Ou seja, sua empresa é capaz de capitalizar o seu produto e gerar lucros.
3. Seu plano de negócios (e seu MVP) já são escaláveis. Na etapa de crescimento, ser capaz de expandir (e muito) o seu número de clientes, usuários ou faturamento, tudo isso sem aumentar seus custos na mesma proporção, é fundamental. Aqui, todos os seus processos já foram extremamente bem pensados, testados e estabelecidos, e podem ser facilmente replicados e expandidos.
Quando começar a rodada de Series A/B
Aqui, você já encontrou o seu PMF (Product Market Fit), incorporou suas questões de governança e precisa de mais capital para crescer como negócio e alcançar mais clientes — que você até já identificou. Por exemplo: você sabe, com certeza, que, se investir 10 mil reais no mercado, vai conseguir lucrar 30 mil em vendas.
Nesse estágio, há uma demanda clara para a solução que sua startup oferece e você provavelmente precisará de mais funcionários para ajudar sua equipe a crescer e manter sua base de clientes.
Nesta etapa, destacam-se como investidores os fundos de Venture Capital (o capital de risco do investidor do negócio) que, em troca de percentuais de participação na empresa, fazem aportes entre R$ 5 milhões e R$ 40 milhões.
Quando começar a rodada de Serie C
Aqui, sua empresa tem uma ampla base de clientes consolidada em território nacional, e já considera a expansão internacional como uma prioridade — operações de fusões e aquisições de concorrentes para domínio do mercado são a sua nova realidade.
As rodadas variam de U$ 100 milhões a U$ 250 milhões e possuem como investidores fundos de Venture Capital e Private Equity.
E como eu sei que estou preparado para começar o Fundraising?
Antes de mergulhar de cabeça, vamos com calma! Você precisa ter certeza de que você já cumpriu, pelo menos, as etapas a seguir:
1. Estabelecer bem suas bases
Você já considerou a saúde geral da sua empresa, de todos os ângulos?
Você pesquisou a fundo o seu nicho, seus concorrentes e o mercado? Aqui, a maior necessidade é a preparação de projeções financeiras, definição de produtos e determinação de quanto capital você precisa levantar para a realização dos seus projetos.
Embora esse seja um processo demorado, ele garantirá que você esteja muito bem preparado e com todas as informações necessárias para responder a qualquer pergunta que os investidores possam te fazer.
2. Pesquisa de Investidores
Embora existam investidores de todos os tipos, desde aqueles mais conservadores até aqueles que preferem riscos mais altos, todos eles têm, pelo menos, uma coisa em comum: eles procuram oportunidades únicas de investimentos, que ofereçam, pelo menos, um bom potencial de retorno para eles.
Diferentes tipos de investidores podem ser especializados em estágios específicos de fundraising. Por isso, entender essas diferenças será extremamente útil para que a sua rodada de investimentos seja eficiente.
Se você não tem ideia de por onde começar, não se preocupe: o Investment Banking pode te ajudar com isso. Com esse tipo de serviço, inclusive, você terá acesso a pessoas que realmente falam a “língua” dos investidores, e que conhecem as melhores técnicas para estabelecer as estratégias que mais fazem sentido para a sua empresa — e, é claro, que mais tem chances de fazer os olhos do seu investidor em potencial brilharem.
3. Como está seu pitch?
Fazer um pitch é uma arte. Destacar as partes importantes do seu negócio, seu time, público-alvo, metas e planos futuros, por exemplo, pode ser especialmente difícil se você não sabe contar bem a sua história.
Por isso, aqui, a máxima “a prática leva à perfeição” é muito real. Escreva, reescreva, pratique e, na dúvida, pratique mais uma vez. Não adianta você ter uma ideia genial se não consegue vendê-la, não é mesmo?
Conclusão
Embora o processo de investimento possa dar a impressão de que um investidor e uma startup estão em lados opostos, é fundamental entender que vocês dois estão jogando no mesmo time, e ambos têm o objetivo de ganhar.
Portanto, ao se preparar para realizar o fundraising, trate cada investidor como um parceiro muito antes de a negociação ser finalizada. Solicite e siga os conselhos de investidores de confiança encontrados ao longo de sua jornada.
Com todos esses pontos a serem considerados, decidir iniciar o processo de fundraising para a sua empresa deve ter ficado um pouquinho mais fácil. Mas, enquanto você não toma a decisão final, você pode ler um pouquinho mais sobre Investiment Banking e como esse serviço pode te ajudar – quem sabe essa não é uma boa opção (e inspiração!) para você começar a sua captação de recursos.