*Por David W. McCombie
Se os últimos dois anos nos ensinaram alguma coisa, é que as empresas devem ser rápidas para se adaptar às novas condições de mercado em rápida mudança. Com base em acontecimentos recentes, isso provavelmente significa preparar-se para um ambiente diferente daquele de menor inflação que existia antes do Covid-19. As empresas, especialmente as pequenas e médias empresas com recursos limitados, precisarão reorientar estratégias e operações para os desafios de uma economia em que os preços de bens, serviços e mão de obra tendem a subir cada vez mais.
Se mantendo nos trilhos
Dadas as circunstâncias, CEOs, CFOs e outros gerentes quase certamente precisarão abordar as coisas de maneira diferente do que abordavam antes da pandemia. A administração e a equipe terão que levar em conta condições que muitos podem não ter considerado antes, e muito menos vivido, incluindo custos crescentes de insumos e um ambiente de financiamento cada vez mais restrito. Para enfrentar esses vários desafios, aqui estão cinco estratégias que valem a pena ser consideradas:
1. Reavaliar e reorientar estratégias e processos. Se alguma vez houve um momento perfeito para ter um controle sólido sobre os negócios, esse momento é agora: quando as condições estão mudando e a agilidade operacional é essencial. Idealmente, os gerentes desejarão estar totalmente cientes de como os custos crescentes e as taxas mais altas podem afetar seus resultados e precisarão ter sistemas de monitoramento de negócios e mercado ajustados para acompanhar, da forma mais precisa possível, as mudanças em tempo real.
2. Mantenha os preços no caminho certo. Muitas empresas hesitam em aumentar os preços com muita frequência ou de forma muito proativa, preocupadas com a reação dos clientes ou se isso os prejudicará em relação aos concorrentes. Embora esse medo faça sentido em um ambiente em que o risco de inflação parece baixo, ele pode causar estragos nas margens de lucro. Jeff Harmening, CEO da General Mills, gigante americana do setor alimentício, disse que “idealmente, você não gostaria de voltar aos seus fornecedores, ou até clientes, por exemplo, várias vezes com aumentos de preços. Mas, claramente, não estamos em um mercado ideal e as pessoas entendem a necessidade de revisar os planos”.
3. Otimize as estratégias de compra. A mentalidade correta a se ter quando a inflação está subindo é comprar mais cedo – ou, dependendo do caso, mais tarde – e garantir preços atraentes sempre que possível, especialmente no caso de uma empresa de fabricação ou distribuição. Quer isso signifique expandir suas redes de fornecedores para aumentar o seu poder de barganha ou concordar com contratos de longo prazo, o objetivo é transferir o risco de aumento de preços para outros lugares.
4. Reduza custos e agilize as operações. Uma maneira com a qual as empresas têm lidado com o aumento da inflação, historicamente, é gerenciar agressivamente as despesas, incluindo descobrir maneiras criativas de reestruturar suas operações, mão de obra e material. Isso pode variar, de repensar a logística e embalagem, até consolidar diferentes segmentos e operações ou, ainda, direcionar abordagens mais produtivas para criar, distribuir e comercializar bens e serviços.
5. Transforme a dívida em um ativo estratégico. Embora nem sempre se movam em sincronia, as taxas de juros, especialmente para obrigações de longo prazo, tendem a acompanhar a inflação. Uma forma de capitalizar isso é avaliar a estrutura de capital do negócio e reestruturar e/ou refinanciar dívidas. Opções mais agressivas incluem a aquisição de equipamentos ou de outros ativos críticos para o seu negócio – cujos preços devem acompanhar a inflação – e financiá-los com dívidas de taxa fixa.
*Texto publicado originalmente na Forbes.
