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O Middle Market em ritmo acelerado

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Apesar da pandemia ainda em andamento, o desempenho das empresas na maioria dos setores ao redor do mundo foi recuperado, e o fluxo de deals tem se mantido consistente e robusto.

 

*Por Mergers & Acquisitions

 

Para muitos investidores de private equity e credores, os últimos nove meses foram tremendamente movimentados. Apesar de haver uma pandemia, o desempenho das empresas na maioria dos setores ao redor do mundo se recuperou, e o fluxo de deals tem se mantido consistente e robusto. Agora, no último trimestre de 2021, Grant Haggard, da Twin Brook Capital Partners, discute a atividade do middle market (empresas de médio porte) até o momento, bem como o ambiente atual do mercado e suas expectativas para o futuro.

 

Mergers & Acquisitions: Definindo o cenário, como você caracterizaria a situação do mercado no final do ano? Como ela tem sido nos últimos 12 meses?

 

GRANT HAGGARD: Olhando para o ano passado, estávamos muito focados em nosso portfólio e monitorando como as empresas estavam se saindo, já que todo mundo estava trabalhando nos primeiros meses da pandemia e enfrentando os desafios que surgiram com ela. Entrando em 2021, esses desafios certamente ainda eram um ponto de foco contínuo, embora, nessa época, nós tivéssemos começado a ver a maioria dos negócios em nosso portfólio melhorar mês a mês, o que tem sido muito positivo.

Acho que essa trajetória tem sido relativamente consistente em todo o middle market, visto que observamos muitas empresas que tiveram um bom desempenho durante a pandemia ou que realmente se recuperaram em uma base comparativa em relação ao ano passado.

O outro tópico que é importante abordar é a atividade de deals. Vimos a atividade de transações, especialmente no setor de saúde, aumentar seriamente no quarto trimestre do ano passado; essa indústria se recuperou rapidamente à medida que os primeiros lockdowns tiveram suas regras suavizadas, e continuou a ser um espaço muito ativo ao longo de 2021.

Olhando pelo lado generalista, vimos alguns setores — como distribuição, serviços comerciais e manufatura — ter uma recuperação um pouco mais lenta. Algumas dessas empresas foram atingidas com um pouco mais de força e não se recuperaram tão rapidamente, mas começamos a ver a atividade nesses tipos de espaços aumentar no segundo trimestre deste ano e continuamos a observar esse crescimento até o momento.

 

Você pode nos contar um pouco sobre o fluxo de deals que você tem visto no mercado e suas expectativas para os próximos meses?

 

O fluxo de deals se manteve forte e crescendo lentamente ao longo de 2021; estamos tendo um ano recorde em termos de implantação e revisão de deals. 

Duas coisas estão tornando isso possível: primeiro, as empresas que estavam preparadas para serem vendidas em 2020, e que tiveram seu deal pausado em virtude da pandemia, agora estão sendo trazidas de volta ao mercado.

Em segundo lugar, isso se combina com o fato de que há uma previsão de uma mudança significativa nos valores de impostos em 2022. Como resultado, estamos vendo alguns negócios serem antecipados a partir do próximo ano em um esforço para aproveitar as atuais taxas de impostos. Por isso, esperamos uma enxurrada contínua de atividades de compra e venda de empresas à medida que nos aproximamos do final deste ano.

Além disso, acredito que o montante total de capital que foi levantado no espaço de fusões e aquisições do middle market — nos mercados de private equity e de crédito — tem contribuído para que o mercado esteja muito ativo este ano e também no próximo.

 

Há algum setor específico em que você está observando um crescimento extraordinário ou, contrariamente, muitos desafios?

 

Saindo do segundo trimestre de 2020, descobrimos que a grande maioria das empresas em nosso portfólio havia reconstruído uma base sólida e estava se saindo muito bem. Quer se trate de especialidades químicas, distribuição, serviços comerciais, serviços de marketing digital ou serviços de tecnologia, as empresas em todos esses setores se mantiveram muito bem, e nós vimos elas continuarem a crescer.

Agora, do lado com mais dificuldades, vimos negócios como restaurantes, academias, eventos ao ar livre e feiras lutando pra sobreviver; Acho que esse tipo de empresa demorou um pouco para se recuperar por motivos óbvios.

Esperamos que esses negócios continuem com tendência de alta no restante do ano, embora a única ressalva seja a proliferação da variante Delta do COVID-19. Há um pouco de preocupação e hesitação sobre o que isso pode significar para reuniões presenciais, viagens, eventos ao ar livre e outras coisas dessa natureza. Acho que isso pode atrasar um pouco a recuperação desses setores.

 

Em um ambiente tão competitivo, como os credores se diferenciam entre si?

 

Em nossa visão, os relacionamentos são sempre um diferencial importante, especialmente no middle market — que é o nosso foco e o lugar do mercado onde construímos relacionamentos de longo prazo com muitos investidores. Acho que eles valorizam o que trazemos para a mesa em termos de execução, base de capital e nossa capacidade de apoiar seus planos de crescimento e criação de valor.

Esse nosso valor ganhou um grande destaque nos últimos 18 meses. Acho que passar por uma interrupção nos negócios durante os períodos mais difíceis do COVID-19 lembrou os investidores e empresários do valor de possuir relacionamentos fortes e de ter, ao seu lado, credores que são pacientes e dispostos a trabalhar com eles para apoiar as empresas de seu portfólio, mesmo que isso implique em alguns problemas administrativos ou financeiros para a busca de novas oportunidades. 

Além disso, acredito que a movimentação intensa do mercado atual serviu para reforçar a importância de recursos e infraestrutura. No final do ano, as pessoas — de investidores a credores, advogados, consultores e empresários — costumam estar muito dispersas, então ter uma equipe robusta, cuidadosamente estruturada e bem estabelecida se provou ser fundamental.

Nós vimos como o capital humano foi valioso no auge da pandemia, quando todas as mãos precisaram estar no convés para ajudar as empresas a navegar em uma situação sem precedentes, e estamos vendo isso acontecer da mesma forma agora, já que as empresas, em geral, voltaram a crescer, e os empresários e seus investidores estão procurando capitalizar, dentro de cronogramas acelerados, as oportunidades que surgem.

 

Quais são alguns dos problemas em que as empresas de private equity e as equipes de gestão de empresas têm se concentrado ou enfrentado ultimamente?

 

Acho que um problema que provavelmente está na cabeça de muitas pessoas é a escassez de contratações que estamos vendo em muitos setores diferentes do mercado, especialmente para algumas empresas que exigem muito capital humano — encontrar mão de obra para a recuperação dessas empresas tem sido um desafio.

O aumento dos salários é um problema relacionado ao anterior, e que chegamos à conclusão de que administrá-lo é dever dos empresários. O lado bom é que a demanda em muitos mercados é forte, de modo que as empresas têm conseguido repassar esses aumentos salariais e, ao mesmo tempo, manter suas margens ao fazê-lo.

A questão das interrupções na cadeia de suprimentos relacionadas à pandemia é outro problema que surge com frequência, assim como o aumento dos custos das matérias-primas. Mas, novamente, dados os níveis de demanda atuais, nós, geralmente, observamos investidores e empresários serem capazes de repassar esses aumentos de preços aos clientes sem maiores problemas.

 

Como credor, como você apoia esses investidores e o crescimento de suas empresas de portfólio para o cenário de hoje e para o futuro?

 

Fazemos isso de duas maneiras diferentes. Por exemplo, estamos vendo muitas empresas que tiveram um bom desempenho durante a pandemia, e que têm um forte apoio de fundos de PE, que estão tentando tirar proveito das indústrias mais prejudicadas e procurando oportunidades de adquirir concorrentes para construir escala, gerar sinergias e diversificar.

Apoiar nossos clientes por meio de aquisições complementares — isto é, fornecendo o capital necessário para esse tipo de crescimento por meio de aquisição — é uma parte essencial de nosso modelo.

Também fornecemos a todos os nossos clientes linhas de crédito rotativo, o que é fundamental para quando eles estão tentando construir capital de giro, já que isso permite que eles cumpram esse objetivo sem que o investidor precise injetar capital adicional. Isso é particularmente útil para empresas que passaram ou estão passando por uma forte recuperação, e estamos mais do que felizes em apoiar esse crescimento.

 

*Texto publicado originalmente em Mergers & Acquisitons

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