Entenda a diferença entre investimentos de impacto, SRI e ESG — e descubra quais deles podem se alinhar aos seus valores.
2021 foi um ano marcado por muitas incertezas, mas também por muita convicção. E, como resultado, muitos investidores estão procurando maneiras de alinhar os seus portfólios aos seus princípios.
Essa é uma ideia que não surgiu da noite para o dia: de acordo com o Fórum de Investimento Sustentável e Responsável dos EUA (US SIF), os Investimentos Socialmente Responsáveis (SRI), ESG e investimentos de impacto cresceram de 3 trilhões de dólares em 2010 para 17.1 trilhões de dólares no início de 2020.
Mas, quando se trata de escolher investimentos baseados em valores, os investidores precisam saber, exatamente, quais são as principais diferenças entre SRI, ESG e Investimento de Impacto — além, é claro, de entender essa verdadeira sopa de letras.
Afinal, o que significa cada sigla?
SRI, ou Investimento Socialmente Responsável (do inglês, Socially Responsible Investing), é uma abordagem onde o investidor exclui de sua tese de investimento quaisquer ativos que entrem em conflito com seus valores. De modo geral, essa abordagem é baseada em valores mais subjetivos, porém é comum que investidores de SRI não invistam em tabaco, álcool, armas, indústrias que tenham relações com jogos de azar, etc.
Atualmente, também são comuns as exclusões de produtores de combustíveis fósseis.
ESG, por sua vez, é a sigla em inglês para Environment, Social e Governance, que, traduzindo, significa Meio Ambiente, Social e Governança.
Esse tipo de investimento concentra-se em empresas que fazem um esforço ativo para limitar o seu impacto socioambiental negativo, entregar benefícios para a sociedade ou ambos, simultaneamente.
Um bom exemplo de investimento ESG pode ser a compra de ações de uma empresa têxtil que converte resíduos plásticos em novos tecidos, e, como resultado – além de lucro – tem um efeito positivo sobre o meio ambiente.
Para finalizar, Investimentos de Impacto são caracterizados pela sua conexão direta entre as prioridades determinadas pelos valores em questão e a forma como o capital dos investidores é utilizado. Esses fundos não apenas informam sobre o desempenho financeiro da empresa, mas também tentam gerar e quantificar um impacto social positivo — o número de escolas construídas e a redução da pegada de carbono em um determinado número de unidades, por exemplo.
Os investidores de impacto geralmente conseguem empregar fundos a serviço de causas que não são tratadas direta e publicamente pelo mercado financeiro, como o desenvolvimento ativo de comunidades de baixa renda e redução da pobreza. Esses fundos, em geral, também tendem a ter mais influência na execução e gestão das empresas do portfólio do que outros veículos de investimento.
Além disso, as empresas de capital aberto ainda têm o dever final de gerar valor para os seus acionistas por meio da valorização do preço de suas ações, o que pode entrar em conflito com as prioridades baseadas em valores mais subjetivos.
Conclusão
Para investidores que procuram explorar investimentos que se alinhem melhor com seus valores pessoais, a primeira pergunta a fazer é: quais valores você deseja priorizar e refletir em seu portfólio? Entender se o seu desejo de investir no meio ambiente é maior do que na sociedade, ou vice-versa, também é muito importante.
A verdade é que valores como esses são profundamente pessoais e não existe nenhuma receita de bolo para ser, obrigatoriamente, seguida por um investidor: felizmente, a variedade de veículos e estratégias de investimento disponíveis significa que investidores — com as mais variadas ideias — podem montar um portfólio que se alinhe perfeitamente às suas prioridades e objetivos individuais, ao mesmo tempo que leva em consideração fatores como risco, liquidez e renda.
Por isso, a mensagem que fica é clara: dinheiro e lucro não precisam ser sinônimo de destruição. O futuro e o progresso dependem de bons investimentos!
E, se você se interessou por esse tema, vale a pena dar uma lida em nosso artigo “O que são investimentos ESG?”, onde abordamos mais a fundo esse tipo de ativo.
