*Por John Carvalho
Números costumam ser “preto no branco”, certo? Na verdade, nem sempre. Quando você contrata um Investment Banking para vender seu negócio, ele “normaliza” os números da empresa para apresentar a melhor versão do seu desempenho financeiro. Mas o que o Investment Banking procura e o que você pode fazer, com antecedência, para ajudar no processo de vendas? Neste artigo, identificamos os 10 principais ajustes de EBITDA para que você tenha mais chances de vender sua empresa pelo preço mais alto.
Top 10 ajustes de EBITDA
Mas então, como exatamente você pode normalizar o EBITDA da sua empresa? À seguir estão 10 dos melhores ajustes de normalização (sem ordem específica). Lembre-se que é importante fazer esses cálculos antes de colocar seu negócio à venda. No mínimo, você deve economizar dinheiro para contratar o Investment Banking ideal para vender a sua empresa.
1) Receitas ou despesas fora do valor de mercado
Refere-se a uma empresa que realiza transações a um preço inferior ou superior às taxas de mercado. Um bom exemplo seria se sua empresa comprasse suprimentos de outra empresa, pertencente a um dos seus acionistas majoritários, a preços superiores ao valor de mercado. Quando sua empresa for colocada à venda, você deverá normalizar o EBITDA para refletir o valor justo de mercado desses suprimentos.
2) Receitas ou despesas geradas por ativos redundantes
Os ativos redundantes não são usados para administrar um negócio. Imagine que sua empresa possui uma casa no lago que é usada, ocasionalmente, para reuniões da empresa ou como incentivo ao bom desempenho entre seus funcionários. A casa de campo não é realmente necessária para administrar o negócio – portanto, ela seria redundante para um comprador. Assim, caso as despesas relacionadas a essa casa tenham sido pagas pela empresa, esses gastos precisam ser revistos para normalizar o EBITDA.
3) Salário do proprietário
Os salários dos proprietários costumam ser maiores ou menores do que o salário que normalmente seria pago a um gerente terceirizado. Além disso, quando os proprietários administram o negócio, um bônus pode ser declarado no final do ano para reduzir o imposto de renda. Este bônus e quaisquer salários extraordinários do proprietário precisam ser adicionados para calcular o EBITDA recorrente. Uma estimativa da remuneração do gerente terceirizado seria deduzida. O resultado típico, especialmente se forem pagos grandes bônus de final de ano ao proprietário, é um aumento no EBITDA.
4) Aluguel de instalações acima ou abaixo do valor do mercado
Muitas empresas não são donas das instalações que ocupam, mas as alugam de um acionista. Isso se assemelha às transações com partes relacionadas que precisam ser ajustadas, mas destaco isso como um ponto separado, dada a frequência com que ocorre. O aluguel é, muitas vezes, fixado arbitrariamente acima do aluguel de mercado. O EBITDA seria ajustado para cima, adicionando de volta o aluguel arbitrário e subtraído do aluguel real de mercado.
5) Custos de startup
Se uma nova linha de negócio foi lançada durante o período em que os seu histórico de resultados estão sendo analisados, os custos dessa startup devem ser adicionados ao EBITDA. Isso ocorre porque os custos são irrecuperáveis e não serão incorridos no futuro.
6) Processos judiciais, recuperações de sinistros de seguros, arbitragens, etc.
Quaisquer receitas ou despesas extraordinárias que possam ter sido liquidadas durante o período de revisão do histórico da empresa não devem se repetir. Portanto, eles seriam deduzidos (no caso de um recebimento de dinheiro, como uma recuperação de sinistro) ou adicionados de volta (no caso de uma despesa, como um acordo judicial).
7) Pagamentos únicos de honorários
Fique atento às despesas incorridas relacionadas a assuntos que não se repetem no futuro.
8) Reparos e manutenção
Uma das categorias mais negligenciadas na revisão de EBITDA é a de reparos e manutenção. Muitas vezes, os proprietários de empresas privadas categorizam esse tipo de despesa de forma a minimizar os impostos. Embora essa prática possa reduzir os impostos anuais, prejudicará a avaliação quando o negócio for vendido, reduzindo o EBITDA histórico. Portanto, uma revisão adequada para separar e adicionar qualquer um desses itens de capital de volta ao EBITDA é uma obrigação.
9) Estoque
Se sua empresa presta serviços usando equipamentos, por exemplo, provavelmente você terá um estoque de peças disponível e pronto para a utilização. Seria inteligente contar e avaliar esse estoque o mais próximo possível do momento em que o negócio é vendido. Qualquer excesso seria adicionado de volta ao EBITDA para contabilizar o valor real desse estoque.
10) Outras fontes de renda e gastos
Esta categoria de demonstração financeira geralmente é carregada com itens que podem ser adicionados de volta ao EBITDA. Às vezes, também é o local de despejo de despesas que não podem ser categorizadas em outro lugar. Preste muita atenção a essas contas e certifique-se de que qualquer coisa que não seja recorrente seja adicionada de volta. Por exemplo, algumas empresas registram bônus únicos para funcionários ou despesas especiais de doação nesta categoria. Isso definitivamente deve ser adicionado de volta ao EBITDA.
Como dissemos, números não são “preto no branco”, especialmente se você estiver calculando o EBITDA para vender seu negócio.
Os Investment Bankings prepararão um resumo de cinco anos do EBITDA normalizado para comercializar sua empresa, mas não há nada que impeça você de revisar seus próprios números bem antes de decidir vender, para garantir que você faça um bom negócio quando chegar a hora.
*Texto publicado originalmente em Divestopedia