Cada etapa do M&A tem as suas peculiaridades. Por isso, é preciso estar atento para não se complicar durante esse processo tão importante.
Nós já desmistificamos o processo de M&A para você. Então, você decidiu que finalmente chegou a hora de vender totalmente ou expandir a sua empresa! Mas, para todo lugar que você olha, esse parece ser um processo demorado e complicado demais. Aí é que vem a pergunta premiada: será que não existe nenhum jeito de descomplicar tudo isso?
A verdade é que fugir totalmente da burocracia desse processo é impossível. Mas existem, sim, maneiras de conduzir um processo de M&A de uma forma mais rápida e prática, aprendendo a resolver potenciais problemas antes mesmo que eles aconteçam.
Como descomplicar cada etapa do M&A?
É importante reforçar que, no mundo dos negócios, as fusões e aquisições não acontecem apenas entre multinacionais: esse também é um ótimo meio de expandir as pequenas e médias empresas que, por meio dessas operações, unem esforços para competir com ainda mais força no mercado. O M&A pode ser para todos!
Por isso, entender cada etapa do processo de fusões e aquisições é fundamental para que você possa se preparar para esse processo e, mais do que isso, evitar qualquer contratempo que possa surgir em seu caminho. Então, preste atenção: as etapas das quais falaremos a seguir são essenciais em um processo de M&A.
Antes de tudo
Essa é a etapa em que o empresário deve entender as suas motivações para vender ou expandir a sua empresa. Você está em busca de uma aposentadoria e não tem sucessores que queiram assumir o controle do seu negócio? Ou, talvez, o seu negócio esteja crescendo muito e você precise de dinheiro para expandir.
Seja lá como for, a fonte de todas as complicações nessa etapa é a falta de sinceridade sobre esses motivos. Aqui, a sinceridade deve reinar: só assim as pessoas que trabalharão com você nesse processo serão capazes de encontrar os investidores ideais para o seu caso.
Contratando um assessor
Contratar um assessor é importantíssimo. Afinal, é ele que te colocará em contato com investidores em potencial e, mais do que isso, defenderá os seus interesses durante todo o processo.
Por isso, para evitar problemas futuros, pesquise! Qual é o histórico do seu assessor? Ele tem uma boa reputação? Ele tem experiência trabalhando com empresas do mesmo tamanho da sua? Mais do que isso: você tem certeza de que ele irá representar, de verdade, os seus interesses?
Serviços de Investment Banking – que são, geralmente, realizados por empresas muito experientes nesse tipo de processo – podem ser ideais para trazer a segurança que você precisa nesse momento tão importante. Confira o nosso artigo “5 critérios para considerar antes de escolher o Investment Banking correto” para ter certeza de fazer a melhor escolha possível.
Preparação
Descomplicar, aqui, é sinônimo de ter a sua contabilidade em dia. A normalização das suas demonstrações financeiras (ou DFs, como são chamadas no mercado) é fundamental para que os seus lançamentos contábeis sejam devidamente entendidos pelo seu assessor e seus investidores em potencial.
Esse é um detalhe que, inclusive, pode interferir no valuation do seu negócio – isto é, quanto vale a sua empresa.
Além disso, alguns processos de M&A mais tradicionais podem incluir a preparação de um infomemo, que é, nada mais, nada menos do que um relatório disponibilizado a possíveis investidores. Esse relatório tem, como principal objetivo, detalhar as operações da empresa que será vendida, bem como mostrar a situação financeira da mesma.
Atualmente, porém, os investidores possuem pesquisas de mercado muito mais precisas do que qualquer infomemo. Por isso, pode ser interessante procurar por assessores que possuam métodos mais modernos para captar o interesse de potenciais investidores.
O teaser, por outro lado – um resumo da empresa – é fundamental. Assim, você poderá mostrar, em poucas palavras, o que a sua empresa produz e quais problemas ela soluciona. Mas não se esqueça: assinar um acordo de confidencialidade (o famoso NDA) é fundamental para proteger as informações sensíveis que você pode ter que compartilhar. Não se esqueça disso!
Abordagem (road show)
Nessa etapa, os seus potenciais investidores já foram escolhidos. Mas, se você deseja captar recursos para – finalmente! – crescer, ou vender totalmente o seu negócio, a regra é clara: você não irá escapar de ficar frente a frente com o seu investidor.
O desafio, aqui, é que o tempo que você tem para falar é, geralmente, bem curto. Por isso, contar a sua história e fazer com que o seu investidor em potencial se interesse pelo que você tem a oferecer, pode ser uma verdadeira arte.
Por isso, para evitar problemas, a melhor coisa que você pode fazer é praticar. Prepare o seu pitch – uma apresentação resumida, de 5 a 20 minutos, focada em fazer os olhos do comprador brilharem – e pratique incansavelmente.
Negociação
Essa é uma etapa extremamente técnica. Isso porque, ao contrário do que muita gente pensa, negociar é uma prática que envolve estudos profundos sobre estilos comportamentais e análise de características pessoais para que a abordagem realizada seja compatível com o investidor em potencial.
Assim, voltamos ao nosso segundo conselho: contrate um assessor com a capacidade e experiências necessárias para suprir as suas necessidades em um processo de M&A.
Due Diligence
A Due Diligence é a etapa do processo de M&A onde o comprador avaliará, nos mínimos detalhes, tudo aquilo que está comprando. Aqui, ele reunirá todas as informações necessárias para saber se sua empresa é um bom investimento e se as informações que você forneceu são válidas.
O ponto é: como vendedor, você não irá realizar, propriamente, esse processo. Seu papel, aqui, é colaborar fornecendo a documentação necessária para que a Due Diligence ocorra da melhor forma possível.
Mas, entender como o comprador em potencial enxerga essa etapa pode te ajudar muito. Por isso, não deixe de conferir o nosso artigo “A Due Diligence aos olhos do comprador de empresas” para entender mais sobre esse processo.
Negociação contratual
Depois da Due Diligence, estamos prontos para discutir os termos do contrato de compra e venda.
Para descomplicar essa etapa, é fundamental que você tenha um advogado especializado em lidar com processos de M&A ao seu lado. E quando falamos em “especializado”, falamos sério: se o advogado de confiança da sua empresa não tiver experiência com esse tipo de operação, encontre um profissional que entenda de fusões e aquisições para trabalhar junto com ele.
Isso porque, em um momento tão delicado do processo, é importante que a pessoa que esteja defendendo seus interesses seja fluente na mesma língua que os advogados do comprador!
Negócio fechado
Parabéns! Chegou o momento de assinar o contrato e fechar negócio!
É no ato da assinatura que ocorre o pagamento e, logo em seguida, a alteração das documentações necessárias, como, por exemplo, a realização das devidas alterações na Junta Comercial.
Mas não se esqueça: esse é o início de uma jornada ainda maior para você. Por isso, cuide bem da quantia que você está recebendo e mantenha-se em seu planejamento inicial. A partir daqui, todos os seus passos devem ser estratégicos: só assim você atingirá os seus objetivos!
Conclusão
A verdade é que o processo de M&A não precisa ser complicado. Até porque, com tantos anúncios de novas fusões e aquisições realizadas que vemos por aí, seria estranho se fosse, não é mesmo?
Por isso, a chave para descomplicar o M&A é simples: acompanhar, de perto, todas as partes do processo, pesquisando e estudando tudo o que for necessário para que você entenda, completamente, no que você pode melhorar – e as situações a se evitar.